Waka-ayu
Há muitos doces típicos confeccionados apenas na estação apropriada, e possivelmente, o wagashi waka-ayu 若鮎 é um dos mais representativos do início do verão nas docerias típicas japonesas.
Este wagashi, conhecido também como “ayu-yaki 鮎焼き” ou “yaki-ayu 焼鮎” (lit. ayu assado), ou simplesmente, “ayu 鮎”, é modelado a partir de uma fina massa de pão de ló Castela (カステラ) envolvendo ou pasta de feijão doce ou pasta de gyûhi 求肥 em formato de meia-lua, representando o peixe ayu nadando em águas cristalinas, e com um carimbo quente coloca-se por fim a marca dos olhos e guelras. Antigamente, começavam a vendê-lo simultaneamente com o fim da proibição da pesca de ayu, em junho, mas recentemente, estão nas vitrines a partir do mês de maio.
Originalmente, era chamado “chôfu 調布” em referência ao tecido usado para pagamento dos impostos obrigatórios “chôfu 調布”, mas em algum momento, foi tomando a forma do peixe ayu. Às vezes, se escuta que é um doce típico que faz lembrar os peixes do verão no rio Kamogawa, em Kyoto, porém há fontes de que a forma é originária de Nagoya e Gifu, a origem não é precisa. O importante é que com certeza, o doce é feito a partir daquele orgulho de morar numa região onde existe um belo rio.
O recheio na região de Kansai é só de pasta gyûhi, enquanto que em Kanto o comum é o que vem com o recheio de gyûhi e pasta de feijão (anko 餡子). Em Gifu ou Nagoya pode até vir com o recheio de miso (pasta fermentada de soja). A massa é, na maioria das vezes, feita da receita suave do pão de ló “Castela”, contudo, há também a versão com a massa seca estilo senbei (bolacha dura de farinha de arroz assada ou grelhada).
Este doce é apreciado tanto por crianças quanto por adultos, pois seu aroma leve e doce se espalha pela massa fina, suave e fofa, e o recheio macio de gyûhi apresenta uma resistência agradável ao mastigar. A marca ou o selo de ayu difere de confeitaria para confeitaria e é até divertido fazer comparações das diferentes feições entre elas!
Listras verticais em escarlate predominam, sendo complementadas por outras em cores como amarelo, branco, azul-marinho etc.; por sobre elas entrecruzam-se tênues faixas horizontais brancas, formando uma grade sutil. Este exuberante padrão é bastante rico em variações. Diz-que o nome “Yahe-e” advém de certo artesão que viajou até a China do período Song (960–1279), onde estudou este tipo de técnica Kantô; ele trouxe-a então para Hakata, no Japão antigo (atual Fukuoka). Os detalhes históricos, porém, são incertos.
Junho de 2018