- A Paz Através de Uma Tigela de Chá -

Entrevista com Ryuichi Nasu, representante-chefe no Brasil da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Japan International Cooperation)

A oitava entrevista com personalidades no Brasil apresenta o representante-chefe no Brasil da JICA – Agência de Cooperação Internacional do Japão (Japan International Cooperation), Sr. Ryuichi Nasu, que nos concedeu a entrevista através de correio eletrônico.
Perfil

Período de permanência no Brasil: Em maio do ano passado fui nomeado para este cargo. Estou a um ano e meio no Brasil, atualmente.

Entrevistador: Poderia nos descrever seu trabalho?

Por cerca de trinta anos, o governo japonês está envolvido em cooperação internacional.  Até agora, trabalhei em quatro países da América Central e África (Panamá, Honduras, El Salvador, Moçambique), e o Brasil é o quinto país onde estou designado.

 

Entrevistador: Sr. Nasu, o senhor tem algum hobby?

Gosto de estudar línguas estrangeiras, mas não tenho progredido muito no Português, continuo me esforçando nisso.

 

Entrevistador: Por favor, conte-nos sobre seu fascínio em relação a cultura brasileira?

Acho maravilhosa e refinada a música e as comidas regionais criadas dentro da diversidade de cultura.  Assim, também fiquei impressionado com a sociedade Nikkei e os imigrantes provenientes de diversas partes do mundo que mantem suas respectivas culturas.

 

Entrevistador: Quais são as suas impressões em relação à diferença de cultura e estilo de vida no Brasil?

Há momentos em que os brasileiros são complacentes, sinto que são mais tolerantes, e que se fosse um japonês ficaria irritado.

Por exemplo, muitas vezes tenho visto nos restaurantes ou nas praças de alimentação lotado de clientes, que as pessoas mesmo terminando de comer, continuam sentadas conversando, enquanto outros aguardam, sem fazer cara feia. Tenho a impressão que respeitam mutuamente o momento de apreciar uma refeição tranquilamente. Não como lá no Japão, onde as pessoas são levadas a se apressar ou comer às pressas. 

 

Entrevistador:  Quais são as perguntas mais frequentes que os brasileiros costumam fazer sobre a cultura japonesa?

Muitas vezes me perguntam sobre alimentos e artes marciais, mas também tenho recebido perguntas sobre caracteres japoneses (kanji) apropriados para fazer tatuagem.

 

Entrevistador: Quais são suas impressões sobre a cultura japonesa com uma nova perspectiva adquirida em experiências vividas no estrangeiro?      

Fatos como poder reconhecer muitas vezes o quão gratificante é o sistema social que se recebe no Japão.  Além disso, sinto que a diversidade e pluralidade da cultura japonesa deveria ser divulgada mais ao estrangeiro.

 

Entrevistador: Qual é sua relação pessoal com a Cerimônia do Chá e seus encantos?

Infelizmente quase não posso falar sobre Chadô, mas por ser de Kyoto tive muitas oportunidades de degustar o chá verde em pó matcha. Isso faz-me lembrar que sentia meu coração e minha mente sendo purificados.

 

Entrevistador: O senhor que é de Kyoto, tem algum lugar de sua cidade que gosta muito ou é de sua predileção?

Meu lugar favorito é a região de Sagano. Em especial caminhar pelo templo Daikaku-ji a Saga Shaka-dô [conhecido como templo Seiryô-ji], continuando para o templo Jôjakkô-ji e prosseguindo para Arashiyama.

 

Entrevistador: Qual é a sua filosofia de vida?

Ichigo ichie   一期一会

 

Um encontro, um momento único

 

 

Muito obrigado pelo tempo dispensado, apesar de suas ocupações.

Entrevista em julho de 2016

Outubro de 2016