MIKOSHI – ANDOR
Mikoshi é o nome dado ao andor para transportar o sagrado corpo divino ou o corpo espiritual; os fiéis apoiam em seus ombros as duas grandes barras para elevar o andor e deslocá-lo entre a multidão.
Em época de festivais, com o balançar do mikoshi, acontece o tamafuri (ato de reavivar a vitalidade do espírito pelo movimento) da divindade, que está assentada no mikoshi, há a crença de que através disso aumente a inspiração da divindade para uma boa colheita, uma abundante pescaria e impeça doenças. O grito de guerra “was’shoi!” vociferado, quando se está carregando no ombro o mikoshi, é para transmitir a vibração transbordante do festival.
Para auxiliar na construção do Templo Todaiji, que abriga o Grande Buda em Nara, o imperador Shômu autorizou o transporte da divindade Usa Hachiman usando o seu veículo, que possuía uma fênix dourada cintilante, esse símbolo está presente em muitos andores atuais. Diz-se que este veículo foi o primeiro protótipo do mikoshi difundido ao longo dos 1300 anos.
Os maiores mikoshi do Japão são o do Santuário Tomioka Hachiman-gu em Fukagawa usado no Grande Festival em agosto e os três grandes andores do Festival dos Três Santuários de Asakusa (Asakusa Sanja Matsuri em maio).
Os três grandes festivais de Edo (atual Tokyo) são Kanda, Hie e Tomioka.
O mikoshi tem uma grande similaridade com a “Arca da Aliança” do tabernáculo dos antigos hebreus.
No Pavilhão Japonês do Parque de Ibirapuera, em São Paulo, há um em exposição permanente.
** O mikoshi do santuário Tomioka Hachiman em Fukagawa (Tokyo) tem nos olhos da fénix diamantes com alguns quilates.
Maio de 2015